quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Hábitos mantidos em circunstâncias pavorosas

São poucos meses na cidade grande e já é possível notar algumas peculiaridades. Sabe-se a enorme quantidade de celulares furtados diariamente pelas ruas de metrópoles, e mesmo com essa informação a população não se cuida para evitar a perda de um bem tantas vezes necessário para a vida e trabalho.

Uma curta viagem de ônibus circular em Belo Horizonte já é suficiente para perceber que a população não parece estar muito preocupada com tamanha onda de assaltos, que já não é mais onda, é um oceano, pois a onda vem e vai, e sabemos que isso não vai terminar.
Seja de manhã, de tarde ou dez e meia da noite, dentro dos ônibus, vemos dezenas de passageiros com a cara enfiada em seus smartphones, exibindo seu bem que já vem com alerta luminoso para o bandido não precisar confundir. Para roubar, basta que um marginal mal intencionado entre no coletivo e faça a festa, seja com um revólver de brinquedo ou com uma espiga de milho debaixo da camisa. Quem vai se arriscar?

Outro ponto. Mulheres que usam suas calças jeans vestidas à vácuo, caminham pelas ruas com o celular enfiado no bolso DE TRÁS, com mais da metade dele PARA FORA. Sério, onde pensam que estão? Acham mesmo que possuem tal privilégio e liberdade? Não.
Ontem, dia 30/11, um marginal parado na porta do ônibus enquanto subíamos, roubou, na minha frente, um celular nessas condições. E segundo o motorista, o mesmo traste tem por hábito fazer a mesma coisa durante muitos dias da semana, NO MESMO PONTO DE ÔNIBUS. Se isso não é a indicação maior de que não temos ninguém para nos proteger aqui embaixo, o que será?

O argumento que mais escuto é o do: não vou deixar que a criminalidade mude minha vida e meus hábitos. Oras, mas é essa a melhor forma de viver perante o caos? Viver como se nada estivesse acontecendo e perder para o crime objetos que demoramos tanto para conseguir?

Não. As coisas não estão normais. Estamos sim, em um caos, reféns da violência, e NÃO, não podemos viver como se não estivesse acontecendo nada.

O poder público não faz nada. Temos aí o progressismo para aplaudir o bandido e incriminar o policial. Temos Márcia Tiburi, professora universitária com muito espaço na mídia, para dizer que defende o ato de assaltar. Temos um estatuto do desarmamento para nos proteger das perigosas armas. Temos especialistas em segurança pública bradando nos telejornais para jamais reagirmos a um assalto, que entreguemos tudo o que temos, de mão beijada, em nome da nossa segurança, sendo que nem garantia de que depois de entregar tudo e seguiremos vivos nós não temos.
Nós não temos nada. No Brasil, tudo o que temos é o imposto a ser pago. Só.

Agir como se nada estivesse acontecendo só favorece o bandido que precisa do seu celular pra entregar pro traficante.
Estamos em guerra, e é preciso viver como um tempo de guerra.
A normalidade não é para nós.

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